quarta-feira, 23 de junho de 2010

Cuidado ao atravessar a rua.

Sou algaravia.
Ou apenas a dialética de sempre.
Não há nada de novo nisso, eu sei, mas a novidade mesmo é ter o que dizer nesse embate: há gratidão e incompletude.
Não posso permanecer enquanto os meus olhos não são capazes de se fixar. Se eu me chamasse Pixar, seria uma rima, não uma solução. Porque é sempre isso ou aquilo, mesmo que mude.
Cair num buraco, conhecer um mundo novo, enfrentar conhecer-se, acabam por fazer os livros na estante não terem mais tanta importância. “Do muito que eu li, do pouco que eu sei, nada me resta...”
O mais do mesmo. É sempre o mesmo. É o que me resta. A minha indeterminação semiótica constantemente ambígua me fez voltar. Mas me mostre um lugar frio que eu lhe mostrarei um mais ainda. Samsa tornou-se inseto, mas seu nome ainda era Gregor. Bono Vox é um erro de concordância, mas tire ele do U2 e faça a banda continuar... ¬¬
O fato é um ato? Juro que este texto é feito sem palavras. Este texto é uma pergunta. Eu não tenho a resposta, mas cheguei perto: o dia de hoje é sempre o dia de hoje. A tautologia me fez ver a eternidade.
Às vezes tenho vontade de que todas as perguntas sejam tiradas de mim; eu pararia de escrever. Mas não estou certa de que seria uma pessoa melhor.
Cabe tudo no meu quarto hoje. Sabe o que isso significa? Eu mudei de lugar. Só. O meu violão continua da mesma cor e eu do mesmo tamanho. Ouço sempre as mesmas músicas e volto sempre para cá.
Simplicidade: dormir e acordar sabendo onde se está e quem se é.
Estar vivo é ter lembranças, hoje eu sei.
Eu vou sorrir.