sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Matar Pollyanna é ser reticências.












Certa vez ouvi de alguém que algumas das postagens minhas tem certo tom de desabafo. Talvez eu não estivesse em humor de entender no momento do dito ou simplesmente me contrariei pelo prazer de fazê-lo, mas a bem da verdade é o que ocorre com algumas postagens...


Nunca me lembro se alguma vez eu o disse, mas não curto reclamar da vida, reclamo de inúmeras coisas, leitor, da política, da faculdade, da educação, da cultura, dos filmes, dos livros, da TV que não mais assisto, do material, dos preços, do imposto, da internet, enfim, reclamo como todo mundo reclama. Mas não reclamo da vida, a minha, nossa, tua, deles, vida(s) tem que parecer bonita e alegre a quem a vê, afinal NINGUÉM gosta de gente depressiva e triste. Mas porra, e perdão pelo palavrão, eu ligo pros problemas de quem eu gosto, então por que eu me sinto um imbecil quando compartilho algum dos meus problemas? Por que será que eu sinto que não há reciprocidade? Paranóia, diga, leitor, Paranóia.

O fato é que eu sinto certa hipocrisia e mediocridade em reclamar da vida, afinal, não tem um monte de filho da... muito pior? Não sei se é possível pensar dessa forma, jogar esse jogo do contente macabro... Tem horas que eu só quero é atirar na Pollyanna.

Não é complexo de inferiodade ou uma megalomania ferida, nem um narcisismo exacerbado que acaba de se quebrar, é pensar o mundo na sua realidade feria, talvez, não olhar a ... do lado bom. Mas também ficar esperando que alguém adivinha é ... . Prefiro ser reticências, e prefiro que não gostem de mim por não me conhecerem do que por eu ser o chato reclamão. Desculpem os meus amigos, vocês não me conhecem; ao dizer isso eu seria um estúpido, idiota, desenvolvam os adjetivos necessários sobre mim, mas, talvez você, leitor de cada texto aqui publicado, me conheça mais do que quem comigo convive.

Me desculpem a falta de adjetivos bonitos ou de circunlóquios que embelezem o texto, não estou de humor pra maquiagem.


PS: depois de postar eu vi esse post no IEB, é exatamente por causa dessas coisas que não devemos ficar reclamando.


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Ah! A lua


Fazia tanto tempo que eu não olhava para o céu... E logo quando olhei foi na madrugada, em suas 4 badaladas.... O céu misturava cores para pintar o amanhecer que logo viria, haviam nuvens arroxeadas escondendo o brilho tímido de estrelas que poucas vezes aparecem, e a Lua, sumida, pálida, evanescente...


Reticências marcam esses pensamentos, suspirados em 30 segundos de contemplação, logo após o céu emocionou-se e derramou finas lágrimas sobre meu rosto, tudo tão bonito, e o mundo lá fora. Não sei se hoje quero pensar ou falar ou olhar ou enxergar ou refletir ou viver o mundo lá fora. Ou sim ou não. Dou-me escolha.


Há quanto tempo você não olha o céu, leitor? Há quanto tempo você não faz sua própria terapia? Seu exame reflexivo, sua análise de consciência? Sei que eu não o fazia há muito tempo, eram tão produtivos aqueles tempos. Cuca fresca, diriam os avôs, éramos cuca fresca.


Às vezes os gritos mudos surgem, mas não se manifestam, agora são gritos mudos para cegos surdos, ninguém nos vê, ninguém nos nota, desculpe, sou ingrato. Mas não nos conhecem. E a lua, Ah! A lua.