Acreditar
é o melhor a ser feito. Talvez crer não esteja ao alcance de todos. Ainda
assim, creio e sou descrente aos olhos de muitos. É possível que todo esforço
empregado esteja sendo desviado a outros propósitos, ou, até mesmo, sumindo?
Crê, leitor.
As
dificuldades se impuseram a fim de desenvolver modos de superação, mesmo quando
não era necessário. Sendo assim, crescer se tornou obrigação, que poucos
cumprem. O pensamento é próprio do ser e acredito que as possibilidades se
desvanecem. Busco dar tom a muitas súplicas, assim como corroboro diversos
pedidos. E atendo, crendo. Não é a busca que me define, muito menos o objetivo,
é o caminho. E trilhar todas as possibilidades está fora de alcance tanto
quando a crença.
Gostaria
de me definir ausente, ou até mesmo morfema zero, mas assim já afirmei não
acreditar, pois não agir ou não se evidenciar é o mesmo que fazê-lo, de outro
modo. Entendo que as palavras não sejam tão auto-explicativas, mas não são
corruptíveis ao ponto em que o leitor irá repudiá-las. Mas, eu as repudio;
diversas e invariáveis vezes. Busco significância naquilo que não se significa,
trato e me retrato, em períodos, curtos e pausados.
Talvez haja
diversas perguntas a ser feitas, talvez hajam atitudes a ser tomadas e mesmo
assim não consigo alcançar o núcleo. Será possível que essa seja uma das minhas
muitas incapacidades? Não creio, visto que já o alcancei e modifiquei parte de
sua essência...
Lembremos,
leitor, de que seres humanos não são robôs, reprogramáveis. Mas sim, feitos de
matéria viva, pulsante e clichê. São absolutamente. Crença. A busca traz mais
infortúnios, e talvez o tom de roxo pálido que entra por veios minúsculos,
inundando aos poucos cada mínimo espaço da minha mente, seja somente nostalgia.
E viva o fim, pois esse chega, invariavelmente, às minhas crenças.
Não me
defino, leitor, pois nisso não creio, porém me definem, outrem, com seus
julgamentos e propriedades, sem fundamentos, sem pensamentos, sem moralidade. E
continuo meu caminho, pois essa me define, essencialmente.