sexta-feira, 14 de junho de 2013

Resenha crítica de “A Culpa é das estrelas” – John Green

Essa semana li o livro cujo título e autor apresento no título desse post; gostaria de fazer uma ressalva quanto ao tema do livro e ressaltar que sou simpático às pessoas que sofrem com o câncer e que minha opinião sobre o livro nada tem a ver com essa situação, pois, obviamente, o livro não se centra neste aspecto.
                Com um título criativo, traduzido do “The Fault in our stars”, adaptado de forma agradável, o livro agrada fãs de diversos tipos de literatura, não é o meu caso. De início enfadonho, buscando divergir do comum, sem sucesso, a literatura acaba se mostrando rasa em diversos aspectos. Principalmente, evidencio, nas referências que buscam sofisticação, o que, às vezes, se torna vulgar.
                A estória tem o desenvolvimento comum de um romance adolescente, com o diferencial de os personagens centrais estarem na recuperação/remissão/desenvolvimento do câncer (perdoem-me a terminologia). A construção deles se baseia nos diferenciais e sofisticação que produzem um efeito de viver numa realidade noir. Fracamente descrito, mesmo que as palavras bem colocadas (não se nega a habilidade do autor nesse aspecto) nos tragam a necessidade de terminar as frases, mas não necessita interpretação. Uma leitura a fundo não é possível, tudo que tem mistério é apresentado em bandejas de enigmas clichês.
                No determinado momento em que acreditei numa melhora, já no final do livro, destruíram as minhas esperanças trazendo alguns aspectos dramáticos que só contribuíram para certo desprezo pelas cenas que viriam. Há sofrimento, há amor, há “despedaços” e questionamentos bem produzidos, porém, quando o crédito e nobreza do livro poderiam se concretizar, perde-se o foco na personagem narradora e ficamos na questão da última lástima da centelha de amor adolescente. E subjugam-se orações (sim, gramaticalmente).
                O aparecimento inesperado de determinado personagem (obviamente não menciono, pois não quero estragar o livro para quem realmente pretende lê-lo) nas páginas finais é absolutamente dispensável e certamente foge da questão crua que o autor parecia buscar até então. O final, já anunciado desde o início do livro, totalmente esperado e facilmente “descobrível”, fecha o livro como começou, de forma enfadonha.
Para o leitor comum, simples ou iniciante, o livro poderá ser uma boa distração, para leitores mais experientes, é jogar na loteria, poderá amar ou odiar. Não nego que leio muitas porcarias, mas pelo menos elas se anunciam assim, não tentam ser algo sofisticado e se tornam esse simulacro inapropriado. Agradeço o respeito dos leitores, a resenha é crítica, portanto a opinião contida é pessoal. Respeito quem ame o livro, o autor e seus livros. Até a próxima.

ps: não revisei erros de digitação - O livro daria um bom filme para ver com os amigos pelo simples fato do filme não ter a possibilidade absoluta de ser em primeira pessoa (no caso dos de Hollywood)





quarta-feira, 12 de junho de 2013


Descaso

Se você não conhece o lado de cá, não me diga como andar; muito menos como correr,
Porque andar é dádiva, mas correr é escolha.

Se o seu lado, o outro lado, não conhece a minha dor, seja, então, silêncio,
Porque os meus gritos já são suficientes para me fazerem sentir.

Se, no entanto, sua voz quiser se fazer ouvir, não permita que suas palavras ecoem em círculos,
Porque as verdades que se escondem em minha escuta estão cansadas de se derramar nestas estradas.