Com
um título criativo, traduzido do “The Fault in our stars”, adaptado de forma
agradável, o livro agrada fãs de diversos tipos de literatura, não é o meu
caso. De início enfadonho, buscando divergir do comum, sem sucesso, a
literatura acaba se mostrando rasa em diversos aspectos. Principalmente,
evidencio, nas referências que buscam sofisticação, o que, às vezes, se torna
vulgar.
A
estória tem o desenvolvimento comum de um romance adolescente, com o
diferencial de os personagens centrais estarem na
recuperação/remissão/desenvolvimento do câncer (perdoem-me a terminologia). A
construção deles se baseia nos diferenciais e sofisticação que produzem um efeito
de viver numa realidade noir.
Fracamente descrito, mesmo que as palavras bem colocadas (não se nega a
habilidade do autor nesse aspecto) nos tragam a necessidade de terminar as
frases, mas não necessita interpretação. Uma leitura a fundo não é possível,
tudo que tem mistério é apresentado em bandejas de enigmas clichês.
No
determinado momento em que acreditei numa melhora, já no final do livro,
destruíram as minhas esperanças trazendo alguns aspectos dramáticos que só
contribuíram para certo desprezo pelas cenas que viriam. Há sofrimento, há
amor, há “despedaços” e questionamentos bem produzidos, porém, quando o crédito
e nobreza do livro poderiam se concretizar, perde-se o foco na personagem
narradora e ficamos na questão da última lástima da centelha de amor
adolescente. E subjugam-se orações (sim, gramaticalmente).
O
aparecimento inesperado de determinado personagem (obviamente não menciono,
pois não quero estragar o livro para quem realmente pretende lê-lo) nas páginas
finais é absolutamente dispensável e certamente foge da questão crua que o
autor parecia buscar até então. O final, já anunciado desde o início do livro,
totalmente esperado e facilmente “descobrível”, fecha o livro como começou, de
forma enfadonha.
Para o leitor comum, simples ou
iniciante, o livro poderá ser uma boa distração, para leitores mais
experientes, é jogar na loteria, poderá amar ou odiar. Não nego que leio muitas
porcarias, mas pelo menos elas se anunciam assim, não tentam ser algo
sofisticado e se tornam esse simulacro inapropriado. Agradeço o respeito dos
leitores, a resenha é crítica, portanto a opinião contida é pessoal. Respeito
quem ame o livro, o autor e seus livros. Até a próxima.
ps: não revisei erros de digitação - O livro daria um bom filme para ver com os amigos pelo simples fato do filme não ter a possibilidade absoluta de ser em primeira pessoa (no caso dos de Hollywood)