segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Um segundo congelado


Bons dias, tardes e noites. Não há maneira mais apropriada de iniciar nossa conversa de hoje sem precisar o momento exato do dia, então sou inapropriado, escolha você o momento adequado. Sei que ali, por detrás das cortinas verdes da janela, o tramado negro subterfoge os doirados cabelos do maldito sol e eu o agradeço. Não que eu odeie o dia, leitor, mas conviremos que a noite seja mais bem aproveitada ao experienciar o que melhor lhe aprouver.

E é na embriaguez dos sentidos que a experiência começa, já resumi Benjamin para você, de nada. Mas talvez seja necessária uma embriaguez diferenciada para começar a creditar o inevitável ao merecido. E nessas crenças podemos atribuir valor às pessoas, mesmo que não o mereçam, pois pessoas, mais do que nunca, são passíveis de erros; perdem-se na embriaguez, sem embriagar os sentimentos. Aborreço-me. Perco a linha do pensamento.

Às vezes os dias arrastam-se, já mencionei. Às vezes correm, também. Mas nunca funcionam da maneira que você prefere, os dias são egoístas e não se adéquam ao seu estado de espírito. Sempre é assim, exceto quando somos crianças.

Quando crianças, nossos dias passam em piscadas, rápidos, ávidos, famintos em consumir nossa alegria de viver e quando enjoam do doce sabor da inocência, nos deixam a mercê da sorte que nos couber. O tempo não pára.


Um comentário:

P. Florindo disse...

Quando há dor, time goes by so slowly.
Quando há prazer, time flies!