domingo, 20 de fevereiro de 2011

Mudança de foco?


Mudar o foco pode ser estranho a princípio, ou talvez seja só mais uma das minhas impressões precipitadas. Sei que não me escutam, nem em casa, nem na faculdade, nem no trabalho. Mas se vale o trabalho de me ler por essas palavras, talvez atentem para diversos fatos que se personalizam aqui. Entretanto é necessário divagar ou ser um tanto digressivo ao abordar os variados temas e ainda assim não cair na mesmice de outrora.

Tenho Saudades da minha amiga Clarice, não, não é que eu tenha uma amiga chamada Clarice, e sim me é amiga uma tal de Clarice Lispector, e o conselho que ela nos dá, porque o ditado já diz que se fosse bom, venderíamos, é sim, um bom conselho. Sobre suas obras, é claro, mas tento aplicar na vida. "Não se preocupe em 'entender'. Viver ultrapassa todo entendimento."C.L.
Me questiono se ela falava mesmo de suas obras.

Não tentar entender a vida é complicado, sou um ser humano e busco as mesmas respostas que você, ou já não mais, talvez sua essência se perdeu nos vícios mundanos, ou você esqueceu de atualizá-lo no seu perfil. Agradecido.

Não ligue para a opinião dos outros, não se preocupe com o que pensam de você. Não, não é bem isso, mas se a sua opinião condiz com a que os outros teriam ao te julgar, você seria um hipócrita se não ligasse, agradecido novamente.

Gritar é uma saída incrível, mas os já citados e recorrentes e reutilizados gritos mudos, ou seriam surdos?, não tem mais eficácia, agora grito nos travesseiros, talvez seja por isso que a solidão me aflige, usamos o colo, os ombros, das pessoas, como travesseiro. E sou deveras educado para gritar no seu ouvido, ou na sua frente. Saudades dos tempos em que eu me considerava gente.

Talvez gritar me faça sentir precioso, engraçado usar esse adjetivo, óbvia influência cinematográfica, recomendo. E socorro.

Não, não é o verbo que emprego, é sim um pedido, socorro, minha alma grita, que alma? Aquela da qual tentei me livrar, rasguei as costuras que Wendy fez, como na sombra do Peter Pan?
Pode ser, nunca alcancei a terra do nunca, talvez se um dia a alcançar, me colocarão no asilo mental. Eufemismo é sempre um bom recurso e o fim das férias chega. Socorro, a correria volta, volta? Continua.

De tudo isso me restarão as histórias de ônibus, aquelas de sempre, boas, ruins, sem classificação, mas nada tão adulto.



Gostaria de poder ser barrado no cinema quando a classificação etária fosse 14+. Mas infelizmente não sei fazer o tempo voltar, ou sei? E se já voltei e de nada adiantou?

Socorro mais uma vez, talvez alguém deixe os telefones do disque-hospício nos comentários.

E assim passaram mais alguns minutos da minha vida, mas qual delas?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Brevidade

Trabalhar faz bem.
Inteligência é uma bagagem nos ombros de quem está distante do ócio.

Você não precisa de Freud pra perceber que sua namorada terá características similares às da sua mãe.
Tampouco necessita ler Bakhtin para atentar para o fato de que a constituição da nossa identidade é feita pelo que outros cantaram, disseram e compuseram. Muito menos faz-se necessário ler Nietzsche, num tempo em que ser ateu está na moda (e quando até ler o tal homicida das forças divinas também está na moda), a fim de descobrir que Deus morreu pra quase todo mundo.

Você não precisa ler tanto, por isso o texto de hoje é breve.
Você precisa viver. Dom quixote que me perdoe.

É só.
Desculpe e obrigada.