sexta-feira, 3 de junho de 2011
Saber escrever, esperar
Talvez das diversas necessidades que me movem, exceto as comuns a todos os denominados seres humanos... a de escrever é realmente uma das mais importantes. Não sei bem certo o que traz essa necessidade a tona, se são momentos bons, ruins, ou só momentos intensos. Provavelmente viver intensidades seja um pouco angustiante, em alguns aspectos, e anestesiante em outros. Acho que é por isso que eu não entendo quem procura drogas, de qualquer tipo, e se entrega, sejam as ilícitas, ou as lícitas... se viver intensamente já é ‘barato’ suficiente. Deve ser porque não vivem, e simulam vida.
Mas, esse texto já se basta de ‘talvez’, porém, certezas, só uma, nem explicito, é implícita, óbvio? Nem tanto. Acostumar-se, leitor, com a tortura, auto-tortura, é deveras complicado e problemático quando não deveríamos, não mais. Procurar a dor ou o sofrimento, a auto-tortura, dramatizar os pensamentos e paranóias é fato pra quem viveu anos nessa situação. É traço, personalidade, mas nada que não possa ser mudado. Mas dói, complica.
É extenuante policiar falas e atenuar pensamentos, ao mesmo tempo, parece valer a pena; mas não parece sincero, mesmo sendo. Eufemismo nunca foi ‘minha praia’. E tudo gela. Arrepia. Leitor, resgate meus textos mais sinceros, grite mudo, seja surdo socialmente, ignore a natureza. Flavorize. E peça socorro também.
Analisar cada minuto da vida é dom de poucos, dom? Maldição. Você pode até resolver ou ter respostas para os problemas dos outros, para quase todos os seus problemas, mas, e quando não tem? Sentir-se incapaz, inútil, não-suficiente, é resposta? Você sabe dos seus defeitos, leitor, você sabe, e sabe muito bem escondê-los, mas não seja simulado. Ou, pelo menos, analise também esse esconder, vale a pena? Hora ou outra será momento de lidar, e agora? O medo toma conta sim, o receio absorve, consome também.
Danem-se todos os psicólogos e psicanalistas, os psiquiatras e os pseudo-conselheiros; eu sei escrever.
Quero meia dúzia de abraços, um pacote bem grande de carinho, mas, não existem máquinas que vendam isso, o jeito é esperar a boa vontade, e eu odeio esperar.
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3 comentários:
Wow, eu me encaixo mais ou menos em duas das categorias que você mandou se danar =D
mãe, tô no borradela!
Eu também odeio esperar, Rubens.
E digo que ter visão das coisas, é uma maldição. Confesso que tenho inveja de quem consegue construir uma fortaleza indestrutível de mentiras e ilusões. E consegue ficar dentro lá, quentinho, quietinho, inabalável, mesmo que seja tudo fantasia. Mas o que é preferível: viver enganado pelo próprio chá de ópio ou viver a intensidade real da vida, sem drogas, o amor e a dor, a felicidade e a tristeza?
Como eu não consigo me enganar, nem mentir para mim, nem me autoiludir e não há droga que me faça esquecer de coisas que eu não gostaria de ter vivido ou estar vivendo, resta-me a última opção. Não é a mais fácil e simples de viver e conviver, mas vivo a vida sem carpedienzismos da ditadura do disfarce sentimental.
Eu sinto exatamente o que vc disse... A falta de participação da própria vida... Me sinto cansada as vezes... Vivo, vivo, vivo.O s segundos todos, nima ansiedade de viver mais. Bom seria não depender de acontecimentos alheios para que as coisas acontecessem da mesma forma que vivemos, sem ter que esperar...
Muito bom!
Sarah
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