É possível, leitor, que atualmente exista algo que seja puro, uno, e que não se contamine de vícios ou desagrados? Creio que não, e não só atualmente, nunca houve. É possível então, experienciar, vivenciar e gozar das inúmeras situações que isso nos proporciona? Creio que sim, e você, leitor? Será mesmo que o meu dúbio ser pode superar cada aspecto turvo que surgir, é possível sim, mas não sem ajuda, creio. E mesmo assim, minhas perguntas são o que mais plenificam, em mim, essa unidade.
Mas o leitor há de perguntar qual unidade de que falo, visto minha afirmação de não acreditar em algo que algo possa ser uno, não, leitor, não acredito em unidade pura, mas creio em unidade que se constitua a partir de múltiplos, sei que é complicado entender, ou não, mas todos os aspectos, bons ou ruins, são o que me despertam ou, reforçam esse sentimento. Não quero nem tenho intenções de abandonar, mas os questionamentos acerca dessa possibilidade existem, visto que acontecem coisas que os despertam.
Não há perfeição em ser algum, mas há seres com defeitos que podem ser ignorados, isso eu acredito, aí há uma ‘ilusão’, com aspas, pois se os defeitos são reconhecidos, a perfeição não pode ser atribuída. Há perfeição para determinados seres. Há problemas e sustentabilidades sem base, há verdades colóides.
Eu gostaria muito de tentar, um dia ignóbil; um dia onde cada colorido fosse apenas branco, ou preto. Onde muitos me julgariam e eu daria sorrisos sinceros, abraços carinhosos e elogios amigáveis. Talvez devêssemos tentar, leitor, que tal?
É complicado exigir, quando não cumprimos o que prometemos, é complicado e inútil culpar-se, pois isso, de forma alguma, resolve problemas, reconhecer e agir, é a melhor ação, nesses momentos. Talvez eu esteja sendo seco demais, e agora eu deva retomar ao mote dessa escrita. Sim, há unidade, unidade constituída de diversos agrados e desagrados, aspectos mutáveis e imutáveis, mas, ainda assim, unidade.
E é por isso que eu continuo caminhando contigo.