quarta-feira, 22 de julho de 2009

‘Enigmando’

Muitas vezes eu me pego a pensando: “Como age a tal ‘paixão’?”. E não encontro uma resposta clara para isso. Caro leitor, como você definiria o conceito de amor? Claro, sim, bem, ‘well’, você acabará me perguntando sobre qual tipo de amor estou falando e eu acabarei respondendo que o amor é o mesmo, só o redirecionamos, não? Perdão, fui presunçoso.

Quero tratar especificamente das escolhas do amor, ou da paixão. Começo questionando: ‘por que as pessoas se apaixonam por estranhos’? É simples a pergunta, não? Mas, a resposta é simples? É simples dizer que nos apaixonamos por estranhos? Creio que não. Porém, ainda questiono.. Não seria mais fácil apaixonar-se pelo melhor amigo? Pela pessoa que conhecemos mais profundamente? Por que não casar-se com um melhor amigo? Eu ainda respondo estas questões assim como responderiam outras pessoas: ‘As pessoas se apaixonam pelo misterioso, elas entendem que devem estar com outra pessoa para descobri-la. ’

Santa burrice, diriam alguns, mas isso não é verdade? Creio que dessa forma nós acabamos nos decepcionando tanto em relacionamentos, pois chega uma hora que não há nada mais para se descobrir, então se perde a ‘magia’. Agora, por que isso não acontece com os melhores amigos que temos? Por que, afinal, depois de conhecer estas pessoas profundamente, não nos enjoamos delas, a magia não acaba? Aceito como resposta: “Nós não dormimos ao lado desta pessoa nem acordamos com o bafo matinal dela”. Sim, aceito como resposta, mas não serve como resposta, não, não serve. Desculpa que se esfarrapa; isto sim. Por que se apaixonam por desconhecidos e aceitam o bafo matinal deles? Ah há! Peguei você leitor, e agora, confuso leitor.

Embaraçado leitor, não desista agora do meu texto, ele hoje se confunde, não se entende, mas a paixão e o amor são assim também, não entendemos. Quero continuar meu questionamento e continuar minhas afirmações. O amor não seria mais fácil, ao aceitar os erros do outro / Me interrompa! Leitor! Diga para mim que o amor é aceitar também os erros e defeitos! / Mas amar aquele que já conhecemos, já aceitamos os erros e defeitos, não torna tudo tão mais simples? Já conhecemos as manias, os defeitos, os erros, as qualidades, que são tão boas.. E melhor! Pare para pensar, o que você procura nas pessoas? Nos desconhecidos? E vai acabar numa contradição, ou não, num curioso caso... Procuramos nos desconhecidos o que vemos nos nossos melhores amigos! Certeza leitor, minha absoluta presunção diz que muitas características que procuramos em outros, que achamos impossíveis de encontrar em uma só pessoa, já existem em alguns dos nossos melhores amigos.

Chega leitor, acho melhor cortar o assunto, você deve pensar que perdeu seu tempo lendo isto, mas acabarão por reparar melhor nos melhores amigos em como eles são quase a perfeição que você busca. E quando você encontra essa perfeição em outra pessoa, você se torna amiga dela e não o que você queria. Talvez isso se deva a um sentimento de incesto que acaba por barrar essa relação mais íntima com melhores amigos, talvez o medo de errar e perder a amizade daquela pessoa, mas, como diria alguém por aí, se não vale arriscar no amor, por que amar?


Perdi meu tempo.


(nova música no player)

sexta-feira, 17 de julho de 2009

A luneta mágica.

"Se o mundo é de enganos, se a vida é de ilusões, se na terra a felicidade do homem está nas ilusões dos sentidos, e nos enganos da alma,eu quero iludir-me e enganar-me para ser feliz".

Eu tenho uma leve e um pouco verificada suspeita de que Joaquim Manuel de Macedo foi precursor do que estudamos hoje como a genialidade literária brasileira. Eu gosto do prazer de ter a razão.

Existe uma suposição, de alguns séculos, repleta de abscesso. A inflamação implicitamente mencionada provém de uma ferida que parece nao querer cicatrizar.
Esse demonstra ser o grande problema de se querer possuir a verdade.

O avanço no tempo do universo foi bastante significativo. A História pôde ser constituída. Isso me faz sorrir (Sim, eu, ainda estou aqui). É o tal do Metal Contra as Nuvens mesmo, principalmente no tocante à última estrofe. Se os meus símbolos forem lidos, serei eu mesma quem escreve e não o meu heterônimo, que é a terceira pessoa.

De todas as possibilidades desenhadas, nenhuma sobrou para que pudesse ser apagada, é por isso que as letras se acumulam. Quem tem perguntas tende a manifestar-se, porque elas doem. Quem doem? As perguntas?

Se as perguntas são as feridas, as manifestações ajudam a cicatrizá-las? Pensei sobre isso agora, e creio que, infelizmente, o apostema será imortalizado com a arte. A imortalização de uma crença, de um porquê, torna passível de serem lembrados os dias nos quais houve crucificação. Entretanto, há um contraponto: Eu vejo libertação na cruz. E agora, sinceramente, depois de hesitar um pouco, não acho que essa metáfora foi mal posta. Ocorreu-me que relembrar, recriar, rever e reconstruir são infinitivos de um propósito de salvação.

Eu posso ser salva quando não tiver um pingo de razão.
A salvação é uma arte. A busca por ela, também.


quarta-feira, 1 de julho de 2009

Proliferação neo-barroca.

Talvez aquele que grita mais alto seja o que grita para si mesmo.


É engraçado se afogar na sucumbência. Um bilhete premiado e um vento que sopra e o tira da mão. Tudo bem, até aí tudo bem. O grande sobrenatural mesmo é quando, sem pensar, sem pensar?, um passo é dado em direção ao lixeiro. Não se pensou na conseqüência, afinal, não é comum ganhar na loteria.
Supernatural.
É por isso que hoje será criada uma nova teoria da causalidade. A sua, a minha causa. A nossa causalidade que nos faz “fazer”.
A brincadeira do “ser”e seus opostos. Um não-momento. Um não; vários. Detalhes pulsantes ocupam um imaginário impalpável. Alguns imaginários provavelmente são palpáveis, como daqueles humanos que bem se aparentam de bocas cerradas.
A construção de segurança implica uma construção de identidade. Eu temo. Temo dizer o que sou e posteriormente não ser mais. Temo a desconstrução; sobrevivo.
Não sei se quero ser poeta, ouvi dizer que poeta não é feliz, nem triste. Poeta não vive; poeta teoriza sobre a vida dos outros, observa, e teoriza mais uma vez. Isso também me assusta.
Quero a futilidade das coisas de vez em quando, só pra contemplar uma almôndega saltitante sorrir.
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E eu continuo porque a chuva não cai só sobre mim.


Relient K, por favor, fale o resto por mim.