quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sobre pessoas e julgamentos




                  É difícil entender, creio, mas todos nós julgamos cada aspecto da vida na qual estamos metidos. As ‘questões de escolha’ não são nada mais que julgamentos feitos por nós, medimos, pesamos, atribuímos valores e julgamos. É assim que tudo acontece. Como não julgar ou julgar de forma justa? Ninguém pode dizer exatamente, pois todos temos um senso de justiça próprio, e dizer que não se deve julgar, às vezes, é hipocrisia. Analisar os fatos, ver com seus olhos, reais ou banhados de névoa, é necessário, e muitas vezes, complicado. Não que eu tente ser prolixo ao falar desse assunto, já que demasiadas palavras nunca vão explicar os sentimentos atribuídos a essas afirmações.

                Como reivindicar o não-julgar quando você julga que te julgam para poder afirmar isso? É mais simples pedir que os outros não julguem já que você já julgou que te julgam. E é mais simples você direcionar o julgamento, sim, é mais simples, pois julgar um pelas atitudes dos outros é algo socialmente intrincado, sempre há necessidade de um bode expiatório, e nem sempre analisam o ocorrido de forma adequada. Talvez julgar não seja tão ruim, desde que, a partir do momento que julgamos com nosso próprio senso, não usemos disso pra atacar o outro.

                Julgar é natural das pessoas, e ter medo de julgamentos é complicado, quando você faz por onde. Se tiver a consciência de que aquilo não é algo a ser julgado e for julgado mesmo assim, por outrem, é tão mais simples ignorar, rir e se divertir do que se incomodar e acabar perdendo o controle por momentos. Mas eu lanço uma questão, caro leitor. Quem sabe você não tenha tantos julgamentos de si próprio que, nas atitudes e momentos que julga ser julgado, você não está julgando a si próprio, só que direcionando a fonte desse julgamento a outrem. Você não está culpando outro pelo julgamento que faz de si mesmo?

                Sim, eu sei, pessoas são complicadas, leitor. Mas descomplicar não é tão difícil assim, e claro, é difícil ligar o ‘foda-se’ pra pessoas específicas, eu mesmo, não consigo pra algumas pessoas. Mas pro resto todo, julguem o quanto quiser, o dia que isso for me limitar de alguma forma, é só porque me importo com quem me julgou, se não, não mais.

2 comentários:

P. Florindo disse...

Eu costumo escrever uns comentários bem longos para complementar o texto, mas muito do que eu penso está escrito aí sobre meu comentário.

"Julgar é natural das pessoas, e ter medo de julgamentos é complicado, quando você faz por onde."

O julgar é natural, como você disse, além de que é uma espécie de escudo de auto-defensa como você também falou para muita gente em muitos casos. O problema do julgar é quando ele passa dos limites e chega ao ponto do desrespeito, da ridicularização ou da perseguição. E sabemos que isso é um atraso e uma pedra no caminho de muita gente imposta por quem elas nem conhecem direito e que nem agrega nada na vida delas, mas que por algum motivo de fundo religioso, ou por se sentirem molestados pela felicidade alheia por serem infelizes, vão lá, julgam e procurar ferrar com a vida dessas pessoas sempre que podem.

Quanto ao resto, é como sugere o último parágrafo, recolher os ombros e não se deixar abater por quem não representa nada em suas vidas.

Martos disse...

Prezado Rubens, amigo e irmão de sonhos e anseios. Partindo do meu preceito de "julgamento" digo-lhe que esse é um dos textos mais explêndidos dos que aqui já li. - ressalto, partindo de meu preceito -.
E como dizes, "a partir do momento que julgamos com nosso próprio senso, não usemos disso pra atacar o outro." Me sinto no direito de não apenas comentar este post, mas criticá-lo, apontando elogiosamente como o que mais me edificou em toda a história do seu blog.
Abraços