O
atrito é gênesis. A afirmação que acabo de fazer, leitor, mostra o quão
maleável é trazer palavras pro âmbito da criação. Não acredito e re-acredito momentaneamente
em cada uma dos termos essenciais de uma oração; e duvido de cada um dos
conteúdos semânticos que saem da boca dos seres humanos. É nessa busca
implacável (clichê) que partimos a alma e fazemos toscas horcruxes com objetivo
de nos agarrar cada vez mais à vida, ainda que essa nos mostre que somos apenas
água energizada.
Há
considerações a fazer acerca de diversos aspectos sociais e também acreditamos
nas preocupações dos bom-samaritanos. Tentamos nos glorificar, mesmo que
inconscientemente, elevando as “minitudes” que praticamos, cada vez mais e
mais. A busca por decorar seu “livro de rostos” nada mais é que um preenchimento
do vazio pelo qual nos apresentamos.
As
considerações de estar estampado nas tabuinhas sociais ultrapassam aquelas
esquecidas morais. O conhecimento não tem espaço nem nos templos dedicados a
ele, é rasgado, mastigado, engolido e expelido com uma facilidade sem
aproveitamento. Não é uma busca, muitos menos um caminho percorrido, esqueceu-se de ir a fonte bebê-lo; ele está
em todo lugar menos aonde deveria e, por isso, lamenta-se.
Não eu. Beberei de todo, pois é parte de mim.
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