quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ao perdedor a dialética.

Por acaso, hoje eu pensei na singularidade poética de cada um; na possibilidade de se escrever certo e de ser lido conforme esse mesmo certo.
Mas, nesta literatura do não-pertencimento, as correspondências não são calmantes, como deveriam ser.
Alguns têm a sorte de escrever errado e serem lidos certos. Só que a isso se chama bilhete premiado. Esporadicamente pode até ser que o poema sem métrica intencional seja recebido pelo leitor contemporâneo encantado com a sua ausência de formalidades (É que ele provavelmente nunca ouviu falar em sílabas poéticas e isso pouco lhe interessa).
Pois bem, há uma filosofia literária que se finda em batatas ao vitorioso da batalha. Se eu quero batatas? Deveria querer, contudo, corrompe-me uma recusa ao fim da guerra com uma destruição.
Onde as ruas não têm nome, os livros de cada sorriso e olhar são lidos como raridades. E mesmo que estas publicações sejam anacrônicas, os arcaísmos (mazelas?) conseguem harmoniosamente subsistir e coexistir às demais variantes.
Aqui vejo o poder resistente da eterna contradição: o melhor já foi, mas o melhor está por vir. Os dias ruins? Nem tão ruins assim.
A narrativa eloísta neo-testamentária dirá: “Eu vim para os fracos”. Isso explica tudo: a fraqueza será a força – os últimos serão os primeiros. Insegurança. Dependência de uma tese para existir: não ser tão orgulhoso a ponto de não crer.


Ao vencedor a dialética.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ahhhhhhhh! Eu queria as Batatas!
Mas a busca pelo bilhete premiado finda-se no início da consciência literária.

Nem só de coelhos vivem os ensopados com risoto.

:*

Cristiano Contreiras disse...

Muito legal o contexto do blog, posta mais! te seguirei! abs