Não sei o leitor, mas os dias (na minha visão) passam cada vez mais rápidos e quentes. Não sei esperar mais o término desse maldito verão que a cada ano parece estar mais quente. Deve ser o prenúncio do tão esperado apocalipse, não?
Cada dia que acordamos e nos deparamos com as situações mais diversas porém comuns, não, não. Não sei. Ah! Leitor, todos estamos já num estado letárgico, anestesiados ou iludidos, não sei. Cada notícia de jornal, cada comentário ou acontecimento destrutivo, já nem damos mais bola alguma. Pudera eu, pensar mais ou me envolver mais, mas tudo que consigo fazer é escutar e me tornar cada dia mais indiferente, cadê o dito coração? Será que essa maldição só revela-se nas madrugadas alardeadas por gritos de sofrimento ou eu só posso agora sonhar com a época que um dia eu pude dispor de algo que se assemelha à descrição. Não sei mais, quem sabe nunca soube, na realidade todos agem da mesma maneira, mas ainda insisto em manter a honestidade e a maneira direta de ser, e você, leitor?
Gritar, chorar, correr, rir, sofrer, respirar, aproveitar...
Ar, er, ir, só podemos mesmo rir, dessa rima infantil.
Leitor, qual sua busca, não, você não precisa ter uma, mas, não tenha e se jogue do alto do terceiro andar do primeiro shopping (referência local, não dê bola). Sinta-se à vontade para sentir-se à vontade (?)
Minha busca não traz só a vontade, mas também busca o dom de trazer, busque comigo a realidade, acho melhor eu me beliscar e acordar do sonho, ou da matrix, vai saber, a ficção imita a realidade, ou era o contrário?
Perguntar ou ignorar, tentar compreender, a verdade é que nada fez mais sentido e eu já voltei de Boston, lá também não pode ser um bom lugar, aliás, a insatisfação é parte da natureza humana e pode ter certeza que ela não se torna branda da maneira mais fácil.
Que tal um brinde à ignorância? Volto já com meus vinhos e taças.