domingo, 3 de janeiro de 2010

Retrospectiva furada,

Talvez os dias passem mais devagar no início de cada coisa, leitor. E a maior nesses últimos tempos foi a mudança de ano, aprender a escrever 2010 no final das datas, só? Algumas pessoas dizem que não, eu digo que sim, não discutiremos. Espero ansiosamente pelo momento do ano em que eu poderei não ser mais o ser que não é, ou seja, ser o que não se é, ou não ser o que não se é. Não entendo. Os dias passam intermináveis e eu esperando algo que não virá; difícil, demorou mais de 20 anos para que eu descobrisse ter um coração. Já ouvi teorias sobre ele também, músculo cardíaco, sente, mas é alegórico.

Odeio dizer, leitor, mas quanta bobagem é digna de crédito atualmente, mesmo as mais romantizadas ainda passam pela avaliação popular, não, não odeio dizer. O leitor já descansado e com um novo leque de convicções haverá de convir que temos um problema, pequeno, grande, não faz diferença, há o ano todo pela frente, é o que dizem, mas se não for suficiente, eu deixo para o ano que vem, afinal, terei o ano que vem todo também, assim espero. Pois o leitor sabe das promessas de ano novo, fez naquela hora da virada enquanto seu traje lhe conferia a aparência do babyporquinhoatrapalhado e a cueca amarela (ou calcinha, whatever) já estava molhada das 7 ondinhas. Pois chegou o momento de talvez pensar em cumpri-las, não, não, vou começar do final, a mais fácil primeiro, o resto eu prometerei pro ano que vem, comi romã, espero dinheiro.

Ô coração! Que falta tu não me fazes, tá difícil, já entendi que a vida é assim mesmo e que não cumpro mais nem dizer que o quiche da vovó está bom. Mas castigar-me com os pensamentos, opa! Mas não, coração não pensa, é toda essa merda na cabeça, alguma enterrada com força por outras pessoas, alguma que você mesmo deixou cair lá, leitor. Ora, ora. Esperei mais de uma noite pelo sentimento, só tive meu tempo perdido, odeio dizer, não, já falei que não odeio, por que não me decido? Ora, ora. Leitor.

E todo aquele que me leu e não me entendeu há de saber que o texto diz, mas não diz, ele informa, mas não informa, ele mostra, mas esconde. Ô dualidade, eu digo, como eu interpreto isso tudo? Como posso eu, só eu, entender isso tudo rapidamente e sem sentir dor, cadê meu coração para dizer? Preciso antes encontrar a boca dele. Espera! Eu vou abrir a banana pelo zíper, mas essa é outra história, resumindo: dialética.



2 comentários:

P. Florindo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Kamila disse...

Ronaldo! :D
geniaaaaaaaaaaal. Nada? Dialética.