Cotidiano é uma coisa incrível, odiosa também, creio eu. Talvez o leitor atente a acidez dessa frase inicial, mas não é o caso. Os dias correm, passam, perpassam, acho que já disse isso, também que se arrastam, mas há momentos ou elementos que surpreendem, bons ou ruins. A vida é cheia de surpresas... Eca, clichê! A vida é previsível, ok?
Leitor, pense suas escolhas, elas são aleatórias? Elas levam a consequências inimagináveis? Não. Se sim, você não é humano ou pelo menos, não muito. Álias, quem é? São os significados que nos movem, são os momentos que se desdobram cheios de arabescos e flores e cheiros e cores e sons e, e, e... São momentos que geralmente perdemos, a pressa acaba com a sua vida. Quero meu tempo de volta.
Vamos olhar o céu hoje? Vamos, tá chovendo... E que espetáculo mais belo que é a chuva, veja em câmera lenta; não, não filme a chuva, veja em câmera lenta.. não consegue? Pois é, a pressa acaba com a sua vida. Queremos nosso tempo de volta.
Os dias últimos podem ter sido recheados de significados, daqueles que nos movem, mas até agora eu me sentia estagnado, o peso no estômago não é fome, é medo... do futuro. Talvez a sina do poeta seja não ter aquilo sobre o qual se escreve, então instituo uma lei, nunca escreverei sobre amor. Vou escrever sobre ódio, sobre desavenças, sobre a miséria humana, para não tê-las, vou escrever sobre solidão, e talvez acabar com a minha.
Se não funcionar, encho minha mochila de sorrisos e abraços, e os distribuo, corroboro a imagem que simulo terem de mim (simulo?), conto "umdoisetrês", aonde foram todos? Não se engane, leitor, eles nunca estiveram aqui mesmo.
Um comentário:
A felicidade é um sonho, uma meta, possivelmente aquilo que nos dá ânimo para viver e a razão de estar aqui na Terra. Profundo, não?
Não é duradoura, é breve, mas tão intensa e tão marcante que um momento feliz de alguns minutos ou algumas horas pode se extender por dias, semanas. E estamos atrás dessa extensão, porque embora possa haver uma felicidade triste na saudade e até da própria tristeza em si, não queremos que a tristeza substitua aquela companhia, aquele ícone de felicidade que procuramos.
Talvez a encontremos por aí quando as portas dos elevadores deslizarem para os lados para se abrirem, na fila da lotérica, ou em qualquer lugar longe de Nothing Hill.
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