quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

________________‘iss’u


Há pessoas que entram na sua vida para ficar. Aquelas que te atormentam o quanto podem e aquelas que estão ali para te fazer feliz. A capacidade do ser humano de se apegar a coisas ínfimas, a admirar atitudes simples é o que julgamos nos diferenciar dos chamados ‘animais’, essa capacidade nos traz a felicidade que tanto almejamos no decorrer da nossa miserável vida ou a torna lastimável.

Vamos ao assunto, pessoas que nos fazem felizes. Comecemos por imaginar uma situação comum, você está passeando, andando na rua, o sol brilha, a brisa é fresca, você reclama do calor, vê um pássaro sujando uma estátua, uma pessoa caindo de skate, um casal de namorados beijando, aquela senhora da casa azul de madeira tricotando aquele cachecol interminável, enfim, um dia normal (domingo, que seja) na vida de qualquer pessoa. Você para um instante, olha as horas no seu aparelho celular, resolve sentar no banco e ele está quente, levanta e respira fundo, acaba por sentar na grama perto daquela árvore que no outono suja a grama toda de roxo com seus frutos, todavia é verão e a sombra dela te parece agradabilíssima.

E aí, imaginou?

Pois é, espero que sim. Você senta, olha para os lados e alguém senta junto de você, alguém que você não conhece. Você fecha os olhos, finge que nada é nada, e pensa consigo ‘ai meu Deus, que será agora?’ Então vira e dá de cara com a pessoa que vai te fazer feliz sempre que você a vir; Larga um tímido ‘oi’ e a resposta vem enérgica, quase invadindo sua mente. Você se apresenta, começa a conversar, pergunta de onde vem a pessoa, conta algumas coisas do seu dia, fala do tempo, aliás, o tempo é sempre assunto para tudo não? Passam-se uma hora e meia e você já está contando coisas pessoais suas. OPA! Pararemos aqui, como assim contando coisas pessoais suas, eu não sou assim! Ah! Eu te digo ‘claro que é’, se nunca fez isso é porque não encontrou a pessoa certa.

Já conheceu alguém dessa forma? Ou de forma similar? Na aula, no cinema, no parque?

São pessoas que conhecemos ao acaso que nos proporcionam esse tipo de intimidade, pessoas que não te devem nada, nem você a elas, pessoas, às quais satisfações não interessam; só a sua presença. O tempo passa, mudanças ocorrem, coisas acontecem, a pessoa pode ou não se mudar, o tempo vai escasseando e vocês passam a se encontrar cada vez menos até que a relação se resume aos telefonemas, claro que são telefonemas longos, emotivos, divertidos, entretanto não se compara aos dias na presença daquele ser.

A vida tem surpresas, ou como diria nosso querido amigo Octavio Paz , ‘O tempo é portador de mudanças’.

Quem diria! Um dia a pessoa te liga, ou abre a caixeta azul do seu messenger e diz ‘Vamos nos ver, preciso de você’, mil emoções, um caleidoscópio de boas imagens se monta em torno de você e a lembrança que te ocorre é você falando no último telefonema ‘iss’u.

(‘iss’u é abreviatura de I miss you)

2 comentários:

Anônimo disse...

Estou em frente à caixeta aqui, e não sei o que escrever para demonstrar o que achei do texto, mesmo...

Mas bem... Como já te disse... Gosto de ler teus textos, pq neles eu consigo te identificar... ^^

Parabéns, R.R.Neto (parece nome de pastor... sahishausa =P)

Anônimo disse...

O Maicon não entendeu a magnitude do seu texto (insensívelzinho, típico dos calouros de economia), mas eu entendi.

Infelizmente não conheci ninguém dessa maneira. A grande maioria foi pelos meios tradicionais (amigos de amigos, colegas de classe, trabalho e, algumas vezes, internet). Merda, I'm not enjoying the life! Vou me suicidar!

Mas achei o seu texto muito bacana por ser bastante simples e por prestar atenção em pequenos detalhes que passam batidos por muita gente que segue um way of life.