quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Ninguém, o Próximo e Si mesmo.

Ninguém, o Próximo e Si mesmo.

São duas horas e onze minutos da madrugada de quinta-feira, dia quinze de janeiro do ano de dois mil e nove e estou escrevendo para ninguém.

Alguém com certeza deve conhecer ninguém, ninguém é famoso por diversos nomes em todo o mundo, ninguém é citado a todo o momento, sendo ele procurado por diversos crimes, é ganhador de muitas loterias e títulos honorários, ninguém é também várias coisas, ninguém tem as profissões que inventam do nada, enfim, ninguém supera ninguém.

Ninguém, onde quer que você esteja, de onde você estiver lendo isto, ninguém é especial para mim. Conhecer ninguém foi um momento sublime da minha vida, ninguém era tão especial, ninguém era tão carinhoso, ninguém era tão amigo, como ninguém, ninguém existe.

Alguns leitores me perguntarão, o que foi isso? Por qual motivo você escreve para ninguém, ele não existe!? Sim, eu responder-ei, ninguém existe, e ninguém é capaz de aprender a cuidar de si próprio sem precisar pisar ou ferir alguém. Mas alguém já é outra pessoa para a qual escreverei mais tarde. Ninguém percebeu como o planeta está, ninguém já pensou em tudo o que seria necessário para vivermos melhor, ninguém tentou mudar o mundo. A culpa foi de todos nós, ninguém disse isso, ninguém quer culpar alguém, mas ninguém prefere desculpar-se, ceder seu lugar ao próximo, e o próximo quase nunca é compreensivo, difícil conviver com o próximo. Ninguém é desapegado totalmente dos seus bens, a ponto de doar tudo ao próximo, e o próximo é tão apegado, que quando recebe algo de ninguém, agarra esse algo com toda a força. Ninguém é completamente amoroso, dedicado ao próximo, mesmo que o próximo só pense em si mesmo, e ninguém tem ciúme de si mesmo.

Ninguém culpa a si mesmo por causar todos os problemas, as guerras travadas no interior de ninguém são culpas do próximo que causa dor a si mesmo, e destrói a si mesmo, mesmo que todo o tempo o próximo queira estar ‘com si mesmo’. É estranho lembrar de ninguém em tempo nenhum, ele esteve tão próximo de si mesmo que não se pode lembrar o que ninguém disse. Ninguém encara a realidade, encara os fatos, coisa que ninguém quer encarar. É necessário que todos sejam um pouco de ninguém, para que alguém possa mudar. Se somente ninguém mudar, nada mudará, e se nada mudar, tudo continuará o mesmo. É com pesar que digo que ninguém fez nada até agora porque precisa do próximo para concluir o seu trabalho, e se o próximo só pensar em si mesmo, nada será feito.

Não culpem ninguém por não fazer nada, sejam o próximo de ninguém, e alguém seguirá seus passos e será seu próximo e assim por diante. Pense em ninguém como seu total apoio, seja o apoio de si mesmo e ninguém te recompensará por isso. É divertido imaginar o trabalho de ninguém sendo feito por si mesmo, o próximo ficaria chocado.

Espero que ninguém leia isto e ninguém entenda o que quis dizer.

São duas horas e quarenta e seis minutos da madrugada de quinta-feira, dia quinze de janeiro do ano de dois mil e nove e escrevi para ninguém.



5 comentários:

Anônimo disse...

Primeiro comentario saindo!
Quero conhecer ninguém, pois ninguém sabe o quanto sou ruim pra escrever e que nao sou bom em comentarios.
Otimo trabalho sobre ninguém, ninguém ficaria orgulhoso!

Anônimo disse...

Texto maravilhoso.

Anônimo disse...

Texto muito bom, ja te disse isso
queria saber escrever assim tão bem, mas ainda prefiro ler a escrever....
bem isso fica de lado
ótimos textos, fico a espera de mais =]

Anônimo disse...

Sabes que eu amo ninguém... Ninguém me completa! Ninguém me ama!

Adorei o texto!

Ninguém gostou dele, tbm...


xDDD

Anônimo disse...

O Maicon comenta no seu blog e não comenta no meu! ò.ó

Vou escrever um comentário pra ele "oi, tenho um blog, sabia"?

Achei que ninguém fosse entender o seu texto, mas ele entendeu. Acho que alguém entendeu também.

Ficou original. Não pensei em ler sobre ninguém falando de ninguém.