Não sei se será fácil esta tarefa, apesar de me parecer fascinante.
Infância!
Alguns sofrem metamorfoses, outros são produtos exatos de tempos remotos. Se bem que, inevitavelmente, metamorfoses provêm de cicatrizes. É agradável falar de tempos passados, porque aqueles que são lembrados tendem a ser imortalizados. A imortalidade e a permanência referida produzem a sensação de controle narrativo, apesar da consumação dos fatos.
Dos fatos: crianças possuem sempre perguntas fosforescentes. A adolescência surge e todas essas dúvidas são respondidas. Feliz do adulto que decide entrar no tal Reino e recupera todas aquelas interrogações. Fora a alusão forense, não pretendo defender idéias. Até porque não sou mais tão criança, a ponto de saber tudo.
O adolescente acha que possui todas as respostas, por isso a dor de ver apagado tudo que foi escrito com giz é muito maior do que em outros períodos. A chuva apaga o que é definitivo como tatuagem e as frustrações têm seu início. É um tempo em que futuro é uma palavra distante num espelho embaçado. Depois disso é importante que renasça uma esperança, daquela capaz de transformar as feridas em tragicomédia.
Após falar de surtos pueris tardios e ler uma obra infanto-juvenil da gaveta, é que tudo foi alumiado nessas reflexões. Algumas coisas nunca mudam: algumas perguntas terão sempre a mesma pertinência. Você desce as escadas, elas descem com você; você se atira na piscina e .... elas sabem nadar.
(Perdão por talvez não alcançar o esperado pela sugestão, falta-me bastante a tal da Simplicidade florida... )
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