quarta-feira, 15 de abril de 2009

Guarda-chuva paradoxal





Imagine-se sentado em um sofá esperando alguém para te acompanhar em um filme qualquer. Todos nós já passamos por isso, não? Leitor? Hoje escrevi esse meu post sentado em uma dessas poltronas, numa espera de segundos aparentemente inacabáveis.

Na minha ânsia de analisar os ‘bichos homens’ e também os tão evidentes ‘homens bichos’ descubro, ou melhor, percebo como existem categorias e sub-categorias de bichos homens. Categorizam-se. A maioria são jovens que procuram se encaixar em uma categoria, por ‘n’ motivos.

Olho a minha volta e posso classificá-los de acordo com o que eles dizem uns dos outros. Emos, roqueiros, rappers, metaleiros, mauricinhos e patricinhas, piriguetes, etc.. Há também aqueles que se encaixam numa categoria diferente, uma espécie de sub-categoria; os que usam camisetas de times de futebol, os que estão com família; mulheres fashionistas e recatadas, liberais e linhas-dura. Uma diversidade desmedida.

Há quem critique esse tipo de inclusão, porém eu não o faço, de certa forma, é interessante que existam grupos heterogêneos, ao invés de todos sermos iguais. Seria divertido se fôssemos? Diga-me, desmedido leitor, o que você acha que seria do mundo se fôssemos todos iguais?
Antecipo a melhor e mais provável resposta:

“Se fôssemos todos iguais fisicamente e na maneira de vestir, as pessoas aprenderiam a dar melhor valor para quem realmente merece; se importariam em conhecer as pessoas como elas realmente são, e não pelo que vestem ou como (ou com quem) parecem.”
Não seria interessante? Talvez sim. Mas o fato é que a grande maioria das pessoas, se assim ocorresse, não seria nem metade do que pensam ser. Não existiria o chamado ‘amor a primeira vista’ como muitas pessoas gostam de afirmar, a não ser que tal sentimento transcenda o limite do corpo, seja incontrolável.

Fiel Leitor, nesse momento você é igual a todos os outros, você tem o que mostrar? Você é uma pessoa por completo ou uma unha postiça pintada com esmaltes coloridos com pequenos strass colados nas pontas?

Muitos bichos homens sucumbiriam a essa pergunta, não conseguiriam dizer que poderiam ser algo além do que tentam mostrar ser. Talvez esteja na hora de conhecermos cada um que fica embaixo desse guarda-chuva paradoxal chamado ser humano. Desanuviemos a visão do mundo e encontremos o verdadeiro eu defeituoso debaixo da casca. Você, leitor, irá se surpreender.

Vou-me, pois minha companhia já chegou e a deixarei acolhida debaixo do meu guarda-chuva paradoxal, assim me conhecerá e saberá se sou ou não digno de sua companhia.




Vivemos ainda no tal mundo arlequinal!



2 comentários:

Kamila disse...

Juro para sempre ser Arlequim! =)

P. Florindo disse...

Eu S2 esse post.

Enquanto eu lia, lembrei da propaganda d'O Boticário (acho) onde todas as mulheres eram iguais, até que uma delas se rebelou e chamou a atenção por usar batom, por ser/estar diferente.

Sim, sermos diferentes tem seus prós e seus contras. Imagine que todas as pessoas fossem como eu que ficam quase o dia todo dentro de casa em seu mundo particular enquanto as vozes na minha cabeça, a mídia e as pessoas no geral ditam "viva la vida!" Sem dúvidas, teríamos um mundo de isolados pessimistas (momento drama pessoal)...

Ok, continuando. Todos nós para muitos de nós somos um grande cartão de visitas de nós mesmos. Ser bonitão, sarado e se vestir bem sempre faz as pessoas se aproximarem de você seja com a intenção de ter um affair ou apenas a sua amizade. Agora se nós não somos a pessoa mais fashion e nem a mais bonita, você não vai atrair tantas pessoas para serem seu affair ou amigo.

O seu caráter e o seu coração não são coisas visíveis e muita gente não tem saco para querer enxergar o lado de dentro dos outros. Mas tenha certeza de uma coisa, as pessoas que sabem valorizar esse seu lado serão seus amigos e não aqueles colegas que vão sair à francesa quando você estiver mal.