Calorosos leitores, a primavera chegou mais uma vez ameaçadora. Eu, que moro aqui nessas bandas do sul, mais uma vez assisto aos efeitos destrutivos da chuva. Não conseguimos ao menos ver as flores desabrochando, as árvores com suas novas folhas, sentir o calor do sol no fim da tarde. Só sinto o frio, esse vento frio, esse sentimento frio, essas verdades frias. Coração frio. Conhece esse sentimento, insensível leitor?
Esse sentimento frio, que consome, que destrói, ou melhor, desconstrói, é o amor... Mal compreendido, não correspondido, arrependido. Já tratei de amor algumas vezes, mas nunca dos problemas que traz. Já disse Camões, baseado na bíblia:
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer; (...)
Pois o leitor há de concordar comigo que isto é a mais pura verdade. Amor queima dentro do coração e o consome, o vai destruindo, ferindo, enquanto queima a felicidade se faz presente, quando não consegue ser alimentado, apaga, e deixa a brasa incandescente, ferindo, doendo, sentimento descontente. Atualmente os leitores e seus familiares, amigos, colegas, vizinhos, seu círculo social, há de ver que as pessoas estão deixando de amar, deixando de sentir; estão sempre buscando alguma forma de ficarem bem, e amaldiçoando o criador do termo ‘ser feliz’.
Aonde se escondeu a felicidade que finjo possuir todos os dias, não vê ela que sou um bom ator, mas que ao conhecê-la poderia me tornar muito menos artificial? A felicidade é presença de momento, pois a desgraçada (!) não é onipresente. Essa ubiqüidade é falta significativa em nossa vida, concorda? Melancólico leitor. Já disse a adaptação frásica da música Virginia, dos Mutantes:
Bem me lembro de Janeiro
Quando o sol me deu você
Meu presente de ano novo
Que agora o frio levou...
E continuará a levar todos os amores, desamores, verdades, mentiras, paixões, solidões, o frio não levará só coisas boas, mas também as ruins; por isso temos de pagar o preço. Hoje a melancolia tomou conta da nossa conversa, leitor. Mesmo com a necessidade de uma conversa divertida, ela apareceu, como o frio aparece de repente. Teremos outras ocasiões para isso, quando nossos corações em frangalhos forem reestruturados e recuperados, mas que manterão as cicatrizes da guerra que travamos com eles. É com pesar que me despeço hoje de você, leitor, minha companhia semanal, que conversa comigo, quando a felicidade se faz presente.
Ps: A partir de hoje, eu e Kamila assinaremos nossos posts no final; muitos obtusos, porém queridos, leitores, têm perguntado e confundido qual post é de quem, se por acaso você tiver dúvidas, no final de cada post há o nome e a hora de quem postou. Também há o fato do estilo, que é claro, mas assim tiramos nossos desentendimentos, boa semana a todos.
R.R. Neto
Esse sentimento frio, que consome, que destrói, ou melhor, desconstrói, é o amor... Mal compreendido, não correspondido, arrependido. Já tratei de amor algumas vezes, mas nunca dos problemas que traz. Já disse Camões, baseado na bíblia:
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer; (...)
Pois o leitor há de concordar comigo que isto é a mais pura verdade. Amor queima dentro do coração e o consome, o vai destruindo, ferindo, enquanto queima a felicidade se faz presente, quando não consegue ser alimentado, apaga, e deixa a brasa incandescente, ferindo, doendo, sentimento descontente. Atualmente os leitores e seus familiares, amigos, colegas, vizinhos, seu círculo social, há de ver que as pessoas estão deixando de amar, deixando de sentir; estão sempre buscando alguma forma de ficarem bem, e amaldiçoando o criador do termo ‘ser feliz’.
Aonde se escondeu a felicidade que finjo possuir todos os dias, não vê ela que sou um bom ator, mas que ao conhecê-la poderia me tornar muito menos artificial? A felicidade é presença de momento, pois a desgraçada (!) não é onipresente. Essa ubiqüidade é falta significativa em nossa vida, concorda? Melancólico leitor. Já disse a adaptação frásica da música Virginia, dos Mutantes:
Bem me lembro de Janeiro
Quando o sol me deu você
Meu presente de ano novo
Que agora o frio levou...
E continuará a levar todos os amores, desamores, verdades, mentiras, paixões, solidões, o frio não levará só coisas boas, mas também as ruins; por isso temos de pagar o preço. Hoje a melancolia tomou conta da nossa conversa, leitor. Mesmo com a necessidade de uma conversa divertida, ela apareceu, como o frio aparece de repente. Teremos outras ocasiões para isso, quando nossos corações em frangalhos forem reestruturados e recuperados, mas que manterão as cicatrizes da guerra que travamos com eles. É com pesar que me despeço hoje de você, leitor, minha companhia semanal, que conversa comigo, quando a felicidade se faz presente.
Ps: A partir de hoje, eu e Kamila assinaremos nossos posts no final; muitos obtusos, porém queridos, leitores, têm perguntado e confundido qual post é de quem, se por acaso você tiver dúvidas, no final de cada post há o nome e a hora de quem postou. Também há o fato do estilo, que é claro, mas assim tiramos nossos desentendimentos, boa semana a todos.
R.R. Neto