quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Conto de fadas?! Sei..

Uma brisa suave soprava entre as laranjeiras dos jardins daquela rua (plantadas num certo evento da comunidade) e um cheiro ácido das podres laranjas não-coletadas caídas no chão inebriava o ar. Pedalando seu triciclo vermelho, Guilherme não queria mais nada. Só podia lembrar-se da hora do café e da bela torta de pêssego que sua mãe fizera mais cedo, mal podia esperar para comer aquela guloseima deliciosa. Parou em frente ao muro sujo de uma casa vazia há muito tempo, ouvira histórias aterrorizantes sobre aquele lugar, tivera pesadelos horrendos onde estava correndo de algo que rugia alto. Um arrepio de medo correu sua espinha quando Juca tocou seu ombro com a mão gritando seu famoso hipocorístico ‘Gui’.

Sim e não, o leitor provavelmente poderá chegar nessa resposta quando eu perguntar se o trecho acima poderia ser encontrado em algum conto de fadas, sim pela temática, não pela confusão da linguagem em algumas palavras e pela descrição não convencional, mas talvez alguém perguntasse ‘que diferença faz’?
É o caro leitor que me responderá que as crianças logo enfadar-se-iam de ler tamanha bobagem, ou talvez ficassem totalmente interessadas com perguntas como ‘o que há na casa?’, ‘Quem é Juca?’ ou até ‘ele comeu a torta?’. Ainda não conclui meu questionamento, mas nem hei de concluí-lo, afinal as questões nunca cessam. Todavia lhos venho apresentar uma das artimanhas narrativas para prender um leitor, o suspense, seja ele ‘barato’ ou não.
Alguns leitores certamente já tiveram contato com algumas porcas ‘literaturas’ contemporâneas, onde o predomínio do suspense barato e malfeito é total, e vendem como água na esquina (?) do deserto. Peço que hoje larguem as tão preparadas pedras que trazem em suas algibeiras e escutem de forma aberta. (Nunca tratei de livros específicos para não causar antipatia, mas não posso evitar nesse momento onde muita gente perde seu tempo lendo algo que não deveria nem estar nas prateleiras).
Certamente todos os que me lêem já ouviram ou pegaram nas mãos, ou pior, assistiram ao filme da série ‘Twilight’, publicado em capa dura no ano de 2005, escrito pela hoje famosa Stephenie Meyer. Prometendo ser o sucessor de Harry Potter, não chegando à qualidade deste. A história de ‘Twilight’ é fraca, clichê e nos traz outras pessoas em outros locais, buscando um pouco da boa literatura de dois séculos atrás. Vampiros e Lobisomens, a garota nova da cidade, os conflitos familiares e tudo aquilo que já foi tratado em outros livros é abordado em ‘Twilight’ num suspense que faz o leitor querer fechar o livro e ligar no ‘Domingão do Faustão’. A novidade é o romance água com açúcar que não é comum em livros do estilo, abordado num tom pastel que acaba por enlouquecer adolescentes no mundo todo que choravam o término da série ‘Harry Potter’.
Não vou terminar o conto do trecho inicial, pois é fácil presumir, leia qualquer livro no estilo ou assista qualquer filme infantil de animação e você encontrará os possíveis finais, que com certeza não poderiam ser outros. ‘Twilight’ segue essa linha e com certeza consumirá o tempo dos novos leitores e acabará por levar aos cinemas suas pobres seqüências onde a vibração e o romance dominarão o estilo para terminar na mesmice de outrem.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom o post...

Se eu tivesse escrito um livro, gostaria q falassem mal dele, desse jeito...


hsiuahiushaiushaiusasa


xP


ficou bem legal...


=]~~

Anônimo disse...

O Maicon nunca comenta no meu blog a não ser que ele seja forçado por mim! ò.ó

Você está coagindo o Maicon, Rubens. Ai, ai, ai, muito feito isso. =P

Falando em Maicon, uma vez conversamos sobre isso e ele disse não gostar do sucesso de Paulo Coelho e de livros de autoajuda.

Eu não tenho o hábito de ler com frequência e a chamada Literatura Brasileira (cujas obras foram escritas nos séculos XIX e início do XX) não me atrai.

Prefiro literatura GLBTTT e seus finais trágicos sobre jovens imaturos escravos do próprio tesão.