Pessoas são animais estranhos. É cada tipo diferente de ser e pensar que nos proporcionam poder conhecer personalidades únicas. Autenticidade é o modo singular que diferencia uma pessoa das demais, modo esse que anda meio perdido nos rótulos e tribos da sociedade. Pense bem, leitor, quando foi a última vez que você conheceu totalmente único? Autêntico? Hoje, as pessoas vestem-se iguais, usam as mesmas marcas, os mesmos perfumes, usam as mesmas gírias para se encaixarem em algum grupo específico, para sentirem que o seu lugar ao sol se garante dessa forma. O que essas pobres criaturas não sabem é que no futuro, quando a época da ‘tribo’ já passou, elas serão somente mais restos secos de maquiagem antiga, sem nada a oferecer de novo para o mundo e, por conseguinte às pessoas. A autenticidade, a personalidade singular, o SEU jeito, é o que faz a grande diferença na pessoa que você é e na que você se tornará. Usamos camisetas de determinada marca porque aquilo vai ser bem quisto pelas outras pessoas, eu pergunto ‘e daí?’ Não é aquela velha história de sentir-se bem consigo mesmo para que as outras pessoas se sintam bem com você? Leitor querido, você que me acompanha nessa ainda curta jornada, me responda com sinceridade, você vive para você? Ou vive para os outros? Você escova seus dentes para mantê-los limpos e bem cuidados ou os escova para que os outros vejam? Usa determinado perfume para que as outras pessoas sintam seu odor ou usa porque te é agradável sentir aquele aroma? Talvez sim, talvez não, mas as respostas numa conversa cara a cara seriam sempre as mesmas, hipócritas. Todos diriam que vivem para si mesmos, que não ligam para o que os outros pensam, mas eu te digo, hipócrita leitor, não é isso que acontece.
Querem testar? Analisem dois dias da vida de alguém que você vê todos os dias, não precisa ser durante todo o dia, mas que a vejam com alguma freqüência, mãe, vizinho, amigo, e percebam a preocupação dessas pessoas sobre como o mundo as vê. É fácil notar, e assim você estará vendo como você também age. Esqueçamos os pré-julgamentos, os pré-conceitos, os pré-etceteras. Vamos partir para um pensamento mais limpo, livre, conhecimento auto-pessoal e interpessoal, vamos deixar de viver para os outros e curtir um pouco a si mesmos.
Rosa era uma bela moça, seus cabelos alourados descendo pelo pescoço branco e caindo nos seus alvos ombros lhe emolduravam o rosto como que se emoldura uma obra de arte. Os elogios para Rosa sempre eram dirigidos a sua beleza, ela aceitava todos, educadamente. Seu modo de vestir era singular, mas não fugia das convenções da moda. Rosa gostava de desenhar, fazia desenhos tão belos quanto sua própria beleza, traçava linhas precisas e sombreava com maestria, tentou mostrar alguns desses desenhos para amigas, para a mãe, mas ninguém nunca prestou muito atenção nisso, todos só queriam contemplar a beleza inigualável de Rosa. Inteligente como só ela era, habilidosa, aplicada, Rosa tinha tudo para ser uma menina prodígio, mas o valor que lhe dispensavam era tão somente relacionado à sua beleza que Rosa entristeceu. Seu semblante tornou-se lívido, seus olhos de uma sombra azulada, sua boca acinzentou, e mesmo assim a beleza dela não se esvaiu. Rosa era definitivamente infeliz, cobriu um rosto com um véu e fugiu. No mesmo dia a mãe de Rosa, chorosa, entrou no quarto da filha e sentiu sua presença, chamou familiares, amigos, e todos viram naquele amontoado de papéis colados pelas paredes, a expressão da pura beleza de Rosa, a sua beleza interior.
Todos somos belos, só precisamos largar mão de sermos iguais uns aos outros, a beleza é como a música, todo mundo tem ela dentro de si.
4 comentários:
Será que é tão importante discutir-se padrões de beleza? Se o que vale é a beleza interior, acredito que padrões de pensamentos e atitudes, esses sim deveriam ser combatidos mais até do que os estéticos...
Ficou bom o post, mas pense no comentário que fiz....
xD
Ações e aparência estão ligados quanto às atitudes.
Achei que ficaria de certa forma implícito, mas tudo bem :)
agradeço a visita e os comentários.
com relação a resposta que tu pede, "você vive para você? Ou vive para os outros?", acredito que os dois, essa resposta pode até estar errada (não parei muito pra pensar), mas faço muitas coisas para me agradar (não gosto de fazer algo, vistir algo ou ser algo, que eu não goste), mas também em certos quesitos levo muito em consideração a opinião alhei (que os outros tem e terão sobre a questão)...como disse, não parei muito pra pensar no assunto.
o texto ta muito bom como sempre, continue õ/
Não existe resposta errada, o que importa é que ela esteja certa para você.
:)
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