quarta-feira, 20 de abril de 2011

O dia perfeito





Talvez a resposta seja não procurar respostas. Essa poderia ser a resposta para a pergunta “Qual o sentido da vida?” Não? Leitor.. Esse é mais um dia quente entre os dias frios que vivi, frios em tudo, até nas cores que o sol irradia. Hoje não quero falar do sol, ele brilha constantemente e eu posso apreciá-lo diversas vezes, mas, como apreciar o sol? Há diversos motivos para, maneiras como, mas, alguma está correta? Sinto muito, leitor, também não sei a resposta dessa pergunta...

A lua apareceu. Aquela mesma que se escondeu, não mostrou o seu brilho simulado, não refletiu nem produziu, só esteve presente por atração... Ela apareceu, e foi num momento inesperado. As cores da tarde já se desenhavam entre tons de azul, rosa, ciano, amarelos e verdes, numa mistura obra prima... e o mar refletia o sol de forma tímida, como com medo de tocar... E a lua apareceu.. Grande, brilhante, com tons de branco, bege, amarelo e rosado.. rosado? Não, leitor, eu é que tenho visto rosa em tudo... problemas? Não sei, talvez sejam motivos diferentes, e bonitos como o rosa.

Refletia no mar, foi o que surpreendeu, roubou tento, e aqueceu o coração, será mesmo a lua? Talvez, apareceu no momento certo, anunciando, você sabe, leitor, a lua anuncia... o dia perfeito. Mas essa lua era um pouco mais sincera e intensa, essa lua, anunciava algo diferente de um só dia perfeito, não sei mensurar pois não vejo o futuro, só vejo dentro de mim e o 'momento já', que me escapa. Clarice, me ajuda a buscar meu 'momento já'? Escapou novamente..

Não importa, minha vida pode ser lida de forma radial, pois sou literatura enquanto me escrevo; meus 'momentos já' só nos são conhecidos, você, leitor, pode apreciar. Não consigo mais diferenciar minhas tintas, todas parecem tons de rosa.. mas.. por quê rosa? A lua continuou brilhando, e se foi, naquele dia, anunciando voltar em breve, corroborar, reiterar, reforçar o sentimento.

Dedico a alguém que tem amor no nome..



Tô numa fase Sandy & Junior.. '-'

sábado, 16 de abril de 2011

O calor da tua mão





Caro leitor, hoje, eu não gostaria de dar as habituais voltas, nem ser tão direto e claro como tenho me cobrado ser, talvez porque seja necessário tentar algo novo, me esconder nas palavras e me mostrar mais pessoalmente, ou talvez seja porque já o faço. Mudanças são sempre bem vindas, ou não? Não sei a resposta, e admitir não saber é como me propor sentir uma dor, me torturar novamente. Talvez pelas palavras que sempre me revelaram aqui, seja nas alegorias ou nas construções, eu não me fiz, eu só me escrevi. Fazer-me necessitaria de um pouco mais do que palavras, mas nem toda construção alegórica dá conta, ela sempre será caricatura. Alô, metáfora.

3.987.654.236,5 ¹² perguntas surgem na minha cabeça a cada segundo, humanamente impossível. Talvez eu deva me ater a alguma que eu possa responder, mas não, só me intriga a forma de chegar lá, não a chegada em si. Como é possível sentir tanta falta de alguém? Isso não pode ser respondido, alguém aí sabe? Leitor? Faço meia pergunta. Procuro contar estrelas e me pego pensando, em quê? Não, pergunta errada, em quem? Sinto medo.

Como medir a intensidade? Não me venham com fórmulas físicas, não me venham com balanças e aparato tecnológico, muito menos com baboseiras espirituais, não se pode mensurar sentimentos. Tenho a cabeça dura, eu sei. Mas mesmo que ela seja assim, não significa que é impenetrável, mas disso você já sabe. Preciso de ajuda, mas de uma ajuda específica, você sabe? Leitor? Peço socorro, mais uma vez.

Não é que eu queira me sentir mal, não, eu não preciso disso novamente. Nem sinto que o mal me acometa por estar longe, mas, mal me faz pensar nisso, pois aí a intensidade age, e vai corroendo. Conversa comigo? Não fique com essa expressão no rosto. Procuro um pouco mais do brilho, o meu apagou?

Compreendi, temos medo, ambos. Mas faz assim, eu seguro a sua mão e você segura a minha, podemos enfrentar isso juntos, ou, ao menos, tentar. Eu não largo, não afrouxo, corro se tu correr, choro se tu chorar, sinto o que tu sentir, mas, por favor, o que você sente? Eu penso demais nisso tudo, e essa é minha maldição; será que, como nos contos de fadas, um beijo resolve tudo? Ou essa seria só mais uma alegoria em que as ações é que fazem acontecer?

Ao mesmo tempo, não precisamos esperar um pelo outro...

Segura minha mão que eu seguro a tua.




Não lembro se já postei essa música, mas ela tá aí pra ilustrar tudo que eu disse :)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Pelo direito de sentir



Eu sempre odiei títulos como esse daí, reivindicações me revoltam. Não sei o porquê desses elementos sempre confluírem de tal forma que me rendo a pequenas gotas desse drogar literário. Mas hoje não é um dia especial, e talvez por não ser, o seja. Hoje, o sol não brilhou pra mim, ele estava escuro, culpa minha. Não, não me desculpo, mas me culpo internamente, e também reivindico o direito de me desculpar pelo indesculpável. Ninguém tem culpa de sentir, tem?

Eu sempre pedi socorro e gritei mudo, me tranquei em 3 níveis, somente agora abri 1 das portas, e perdi a chave, ou roubaram? Não gosto que me vejam como alguém triste; ei! Leitor, olha lá, aquela pessoa sorrindo, feliz, parece uma boa pessoa, não? Simpática, alegre, queria ser amiga dela. Ei.. leitor, olha ali, que cara pra baixo, deve ser um chato, idiota, que fica se lamentando. É, leitor, me repito, isso tem acontecido muito, não? Pessoas não gostam de gente triste. Talvez a amizade seja pra isso, pra podermos compartilhar nossas alegrias, mas, e as tristezas? Dizem que quando aparecem, se os amigos sumirem, é porque você estava sozinho. Aí eu pequei, talvez.

Guardo todas as tristezas pra mim, isso é egoísmo? Não compartilhar tristezas? Eu sempre acreditei que não, mas, será? A dúvida me surge de tempos em tempos, guardar tudo pra mim dói, aperta, você sabe como é isso, leitor? Talvez faça mal ao coração, não, tenho certeza que faz mal ao coração, sinto como se ele estivesse sendo lentamente digerido por um ácido, mas me acostumei com isso, sou um tanto sádico. Cansei de sorrir quando não o quis fazer, cansei de deixar de sentir, cansei de abdicar dos meus direitos como ser humano, como ser que sente, como ser que vê, que pensa, que ri, que chora, que grita e que pede socorro.

Meu medo maior é compartilhar tudo e descobrir que nunca tive amigos, e agora, com isso tudo aqui escrito, talvez, aqueles que tenho, se ressintam, pois não consegui os confiar o meu eu. Cansei de pensar demais nisso tudo. É, estou cansado, me sinto velho, incapaz de amar, sorrir, chorar, gritar, sem fôlego de vida, mas, leitor, tenho que contar, estou tentando... Mesmo que só tenha me sobrado no peito uma sombra do que já esteve ali, alguém poderia me ajudar a recuperar? Tratar das feridas, zelar, ou isso é tarefa só pra mim? Que já me mostrei tão incapaz esses anos todos...

Me escrevo, não descrevo.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

As plantas gostam de música














O dia amanheceu frio. Constatações simples regem os diversos fatores envolvidos; fatos e atos, desacatos, penso e sinto, é um grande avanço, só pensar consumia minha sanidade. E o dia amanheceu frio porque a lua se escondeu na noite anterior. Especulações não podem ser simples, pois elas não dão conta dos fatores envolvidos. Hoje é um belo dia, independente das formas que tome. Hoje não é mais um dia esbranquiçado, hoje é um dia alaranjado, vibrante, com cores solares. É um dia frio de cores quentes.

Sou tese e antítese, deito nas nuvens, pulo e danço sobre elas, mas, se penso, caio e me assusto. Contar linhas, analisar variáveis não funciona, isso não é matemática. Não preciso de socorro, já me sinto seguro, talvez eu segure sua mão e ande ao seu lado pra sempre, não, não preciso mais dizer 'oi, eu estou aqui, me dá um abraço?', é possível que se interprete tudo isso em dois segundos de conversa muda. E o brilho nos olhos não é reflexo, já que a lua não apareceu. Não consigo contar estrelas, me perco na terceira, afinal, contar estrelas é algo pra ser feito de longe, não quando se está nadando entre elas. E o dia amanheceu frio.

Que será isso? Não defino, não defina, pense, mas não julgue, nem se julgue, segurar as mãos e pular é espontâneo, e agora, o comedimento é pecado. Mas não nos apressemos, leitor. A vida não é tão curta assim, o tempo é noção nossa, e, se depender de mim, cada minuto será eterno segundo Drummond:

"Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata...."

Mas esses segundos não precisam ser resgatados, existe uma força que seria capaz, mas é tão mais simples eternizar diversos outros segundos. Leitor, não banque o sábio me dizendo que o simples não é efetivo, efetiva-se, contextualize. As borboletas voaram, sobraram somente o que elas polinizaram, agora é cuidar, cuidar, regar, adubar, cuidar, cuidar, vai crescer, só depende das quatro mãos envolvidas.

É por isso que, às vezes, as quatro mãos devem largar alguns segundos para cuidar dessa semente e segurar novamente para apreciar o broto novo. E o brilho nos olhos não é da lua, ela não apareceu nessa noite e o dia amanheceu frio.

As notas que produz e reproduz, quando me conta segredos ao ouvido, são melodias, sabia que as plantas gostam de música?

09 - eu quero sol nesse jardim by Lucy Kulza

Eu quero sol nesse jardim - Catedral

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Novas tintas















Leitor, hoje é um bom dia, mas somente porque depois de vários dias ruins, algum teria de ser bom; Por que tudo tem que piorar antes de melhorar? Já passou por momentos assim? Creio que todos já passamos. Alguns momentos das minhas madrugadas são destinados à filosofia e eles têm sido proveitosos, me assustam, mas esclarecem diversas coisas. Talvez fosse necessário reexaminar toda trajetória dos diversos dias em que me engajei na luta contra mim, contra minhas restrições impostas em determinados estágios da vida. Talvez fosse necessário queimá-las.

São diversas dúvidas, é claro, e nenhuma tem resposta exata ou direta, você tem medo também? Eu tenho, sou sincero, mas tento não me acovardar, ta na hora de enfrentar as dificuldades e ser feliz, feliz, feliz. Somos plenamente felizes? Não, são momentos, momentos de felicidade, me repito. Passo por agradáveis horas, passo da hora, passo e penso, e não quero passar, quero continuar. Oi, estou aqui. Me dá um abraço?

Quero ser proclítico, e meus verbos dizem respeito a mim, só me faço ser por eles, e dane-se a ‘performatividade’. Esperas longas valem a pena por uma ou duas palavras ditas, não-escritas. E ouvir é tão interessante, as vozes se entrecruzam na minha mente, ou talvez seja só eu atribuindo sentido, não seja racional, não seja. Viva! Pule! Ou Dance sozinho no quarto, mas não ‘deixe de’. Faz sentido insistir no começo, vale sempre a pena depois.. Cada dia é um dia diferente e estar confortável é essencial, não deixe interferir, deixe fazer parte.

E o som do meu celular tocando dispara o coração, as borboletas no estômago parecem morcegos, e eu me sinto criança, mas crianças não controlam impulsos, controlam? A espontaneidade é uma coisa maravilhosa, odeio me policiar tanto assim, e você? Leitor..

Cansei das minhas metáforas, mas são tão bonitas pra esquecer que existem, que pena. Mas ser direto é essencial em alguns momentos, ou você se deixa levar pelo canto da sereia. Vou abrir a mente e os ouvidos de Ulisses, e vou pular na água também, quem sabe eu não caio em Nárnia mesmo não tendo anéis. Esse é um bom dia, nos outros que foram ruins, tive bons momentos, tão específicos, mas tão bons, que será isso? Que será isso? Desconheço essas novas cores, meus dias esbranquiçados começaram a borrar com tintas vibrantes, não sei que nome dar a essas cores, não sei, alguém me conta?


Alguém me conta?